Uma empresa chinesa acaba de lançar no mercado uma camisinha líquida. Com várias vantagens em relação ao preservativo tradicional, o produto tem a diferença de ser de uso feminino. Serve como método contraceptivo, como anti-séptico, além de prevenir contra o HIV, segundo garante a empresa.
Aprovada pela agência reguladora de medicamentos do país, a substância foi desenvolvida através da nanotecnologia (pesquisa realizada em escala atômica) e tem prata em sua composição.
- Essas partículas microscópicas têm uma forma tão diminuta que facilmente se ligam a determinadas bactérias e aos espermatozoides para matá-los - explica o ginecologista Elcimar Coutinho, professor de reprodução da Universidade Federal da Bahia e ex-conselheiro da Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com o fabricante, a empresa Blue Cross Bio-Medical, com sede em Pequim, a mulher também fica protegida contra outras doenças sexualmente transmissíveis muito comuns, como sífilis, gonorreia e candidíase.
- O poder anti-séptico dos metais já era conhecido. O nitrato de prata é usado tradicionalmente em partos normais. É colocado nos olhos dos bebês para protegê-los das bactérias vaginais da mãe - explica o médico.
A aplicação do gel, que também serve como lubrificante, deve ser feita antes da relação sexual. O composto forma uma espécie de película na parede da vagina e do colo do útero, agindo durante oito horas.
O produto ainda não é vendido no Brasil. Além da China, está disponível apenas no Paquistão, na Indonésia, na Cingapura, na Tailândia e na Síria. Coutinho realça que para chegar ao país seria necessário a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O professor afirma que, no futuro, a camisinha líquida pode vir até a substituir o preservativo tradicional, representando uma grande vantagem para a mulher que é mais exposta as DST e sofre na pele as conseqüências da gravidez.
A estudante Ana Luísa Bond, de 23 anos, concorda:
- Representa a independência da mulher. Depois de consultar o meu ginecologista, eu experimentaria.
Uma outra vantagem em relação ao novo método anti-concepcional foi ressaltado pela universitária Cândida Carvalho, de 23 anos:
- É muito melhor na questão do prazer. Muitas vezes, a camisinha diminui a sensibilidade durante o ato sexual - revela, dizendo que só usaria o gel depois que já estivesse há muito tempo no mercado e que várias pessoas já o tivessem usado.
O método não agradou só ao público feminino, o micro-empresário Pedro Henrique Rodrigues, de 25 anos, adorou a novidade:
- Esta é a solução de todos os meus problemas. A verdade é que ninguém gosta de camisinha. Não teria nenhum medo de usá-lo. Teria uma dentro do meu carro - revela, bem-humorado.
Muito mais cautelosa, a farmacêutica Talita Medina, de 22 anos afirma que é a favor do uso da pílula anti-concepcional sempre, porque considera o método mais confiável. Ao mesmo tempo, lembrou que a possibilidade de dispensar a ingestão de hormônios beneficia as pessoas que têm câncer de útero e ovário e não podem tomar o contraceptivo oral por muito tempo.
Fonte: JB Online