Essa é uma história típica da mitologia em torno de Jesus - nenhum historiador busca evidências de magos e estrelas guias, claro. Acreditar nela ou não é questão de fé. Mesmo assim, alguns elementos dessa fé denunciaram-se do que está na Bíblia. Por exemplo: não há menção a "reis". "A tradição popular é que definiu isso, porque trouxeram presentes caros", diz Irineu Rabuke. O evangelho, aliás, nem diz que eles eram em três: só se sabe que eram mais de um, já que são mencionados no plural. Os nomes deles também não aparecem. As alcunhas "Gaspar", "Melquior" e "Baltasar"são dão de textos do século 5. O mais provável, enfim, é que esses personagens de Mateus sejam inspirados em sacerdotes do Zoroastrismo, uma religião Persa ligada à astrologia - daí "estrela de Belém" e o "vindos do oriente", onde ficava a Pérsia (que hoje se chama "Irã"). Bom, se eles foram imaginados como Persas mesmo, essa história tem algo de inusitado do ponto de vista geopolítico, como lembra o americano Crossan: "Acho irônico que, no meu país, nós tenhamos três iranianos nos nossos presépios".
Fonte Revista Super Interessante